Poder público e sociedade discutem implantação da Escola Viva

Desde o início de outubro, a comunidade escolar e o poder público de Iúna discutem a viabilidade da implantação da Escola Viva, um projeto do governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), para oferecer educação em tempo integral no município. A proposta, ainda em fase de análise, é transformar a EEEFM Henrique Coutinho em Escola Viva.

O projeto vem gerando diversas manifestações, tanto favoráveis quanto contrárias por parte de alunos, pais e professores, uma vez que são poucas as informações sobre como e quando será a implantação do novo projeto, para onde irão os estudantes que não optarem pelo ensino integral, aonde trabalharão os professores que não puderem lecionar em dois turnos e aonde funcionará a “escola espelho” – escola tradicional, que continuaria oferecendo ensino em turnos.

Uma das informações prévias divulgadas em reuniões com a comunidade escolar pela Superintendência da Sedu de Guaçuí, é que a “escola espelho" poderia ser implantada na Escola Municipal Dr. Nagem Abikahir. Para isso, ocorreria a estadualização do local, ou seja, o imóvel onde funciona a escola passaria a ser do Estado.

“A escola Dr. Nagem Abikahir tem, aproximadamente, 1000 alunos divididos em três turnos, do 1º ao 5º do ensino fundamental, e EJA no período noturno e gera emprego para 80 funcionários, sendo 70 professores, quase todos concursados. A estadualização causará transtornos para alunos e professores. Alunos do ensino fundamental terão que sair e precisarão ser deslocado para outras escolas. E cabe ao governo decidir o que será feito dos professores e demais funcionários. Estamos em período de transição de governo e é necessário mais transparência na tomada de decisões”, analisou a professora Rosemar Lima de Souza Guedes, durante uso da Tribuna Popular da Câmara de Iúna, no dia 10 de outubro.

Os vereadores acompanham as discussões e também cobram mais transparências nessas discussões.

"A municipalização precisa ser mais discutida, por meio de reuniões, de conversas, antes de tomar qualquer decisão. A gente não sabe como vai ficar a absorção dos professores que não trabalharem mais no Nagem. O único pedido que a gente faz é que se faça uma reunião com transparência. Queremos que haja conversa, que as coisas não sejam decididas sem o envolvimento das pessoas, para que não tenha desgaste. Isso vai mexer com a vida dos alunos e professores”, comentou o vereador Expedito Andrade Filho.

Outra análise levantada pelo vereador Rogério Cézar é sobre as demais escolas que receberiam os alunos da escola Dr. Nagem Abikahir caso aconteça a estadualização. “Nós não temos escolas preparadas para atender a essas crianças. O que a gente quer é respeito, com escola digna. É uma vergonha entrar na escola Prof. Dalila Castro  Rios, por exemplo, que tem banheiro com vazamento, e com aluno correndo risco de se machucar com vergalhão no pátio”, explicou o vereador.